quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

UMA ESTÓRIA DE NATAL


Zelino é um extra-terrestre que, vez por outra, vem dar um passeio na Terra. Ele gosta de aprender sobre cultura, filosofia, ciência e religião das sociedades que habitam nosso planeta. Frequentemente ele conversa com alguns terráqueos, especialmente com Domingos. Numa dessas conversas, Zelino tenta aprender tudo sobre uma festa tradicional da cultura ocidental do planete Terra: o Natal.

- Domingos, o que tá acontecendo, que tá todo mundo nessa agitação aqui na Terra – todo mundo correndo pra as compras, lojas decoradas?

- Ah, é por causa do Natal?

- O quê?

- O Natal. É uma festa que a gente comemora todo ano, na noite de 24 e no dia 25 de dezembro.

- Ah...e o que vocês comemoram?

- Ah, Zelino, tem Papai Noel, ceia, as pessoas compram presentes...as lojas ganham muito dinheiro nessa época.

- Tá, mas qual a origem disso tudo?

- Poxa...eerr...ah, lembrei: a gente comemora o aniversário de Jesus Cristo!

- Hum...ah, então esse cara deve ser bastante sortudo, hein! Pra todo mundo gastar dinheiro com presente pra ele!

- Não, Zelino. Pelo contrário: ele era pobre – “era” porque já morreu. As pessoas compram presentes para umas para as outras.

- Sei...vocês comemoram o aniversário de alguém que já morreu comprando presentes pra vocês mesmos.

- É mais ou menos isso.

- E esse tal de Papai Noel? Ele é o pai de Jesus?

- Hahahahaha...não, Zelino. Papai Noel é...ah, não sei direito como ele entrou na história do Natal. Só sei que ele não tem nada a ver com o nascimento de Jesus, não. É aquele velho de vermelho que tá com uma criancinha no colo. Na verdade, aquele ali não é tão velho.

- Deixa ver se eu entendi: é um velho que não é velho, que gosta de colocar criancinhas no colo e que, no fim das contas, não tem nada a ver com a história?

- É por aí.

- E aquelas arvorezinhas ali cheias daquele negócio branco? E aqueles veadinhos?

- Na verdade, são árvores de plástico, e aquilo branco é neve. E os animais não são veadinhos: são renas.

- Eu não sabia que no Brasil costumava nevar. Nem que havia renas aqui.

- De fato, aqui não tem neve nem rena.

- Então é tudo de mentira.

- Nem tudo. O Espítiro Natalino é verdadeiro.

- E como é isso?

- No Natal, as pessoas se abraçam; se estiverem de relaçoes cortadas, elas se reconciliam...

- As pessoas esperam um ano para serem cordiais umas com as outras? Isso é o Espírito Natalino?

- Mais ou menos.

- É...esse tal Espírito deve estar custando caro, né?

Um comentário:

  1. E como custa caro esse tal Espírito!
    Quanto mais o tempo passa menos eu entendo como vários elementos de uma cultura pagã se tornaram 'o Natal'. É no mínimo curioso.
    Mas a comida é muito boa, diga-se de passagem.
    :D

    Um extraterrestre, hein? Interessante...

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