Esse número não existe. E o choro não consegue sair da minha garganta. Um nó, sabe? Aquele. E nessa madrugada em que a primavera mais parece um inverno cortante, a moça insiste em dizer que não existe. Não existe como aquele disco tocando na vitrola que eu não tenho e aquela máquina de escrever no canto do sótão que inventei. Agora nenhuma palavra faz sentido do lado de dentro. De repente tenho tanto medo de me perder de mim. Me errar como se erra o desfecho de um conto. Então escrevo. Por que essa agonia está ardendo e esse amor não alcança o coração. Sempre achei que o amor acabava quando a gente não consegue mais se ver dentro do olhar do outro. E agora? Não entendo. Não posso me ver e mesmo assim ainda sinto o seu coracão batendo por trás das minhas costelas. O relógio rodou por aí? Por aqui o tempo ainda congela. Fito um relógio de cordas quebradas. Estou escrevendo só pra sentir que fomos mais que a carne derramada sobre a cama. Pra dar o adeus que me acompanha. Parei aqui. Adeus.
Por Betânia Barreto
Lindo. Intenso. É só o que eu consigo dizer...
ResponderExcluirA maioria dos dias do ano é irrelevante, eles começam e terminam
ResponderExcluirsem nenhuma lembrança duradoura entre eles. A maioria dos dias não tem impacto no percurso da vida, se eu aprendi alguma coisa ,foi que não se atribui
um grande significado cósmico a um simples evento na terra... Coincidência é tudo que qualquer coisa é... Nada mais que coincidência, eu finalmente sei que ñ existem milagres, não existe essa coisa de destino, nada é para ser, eu sabia agora tenho certeza disso... Certeza absoluta!
Tirado do filme..."500 Dias Com Ela"