segunda-feira, 3 de agosto de 2009

UM DIA BOM



Sabe aqueles dias em que você torce para que tudo dê certo, e tudo realmente dá certo?

Aqueles dias em que tudo corre bem, desde a manhã até a noite; quando tudo o que você havia planejado acontece, e de um jeito muito bom e, de quebra, você ainda tem uma surpresa ótima no meio disso tudo. Pois é, aconteceu comigo poucos dias atrás. Não que tenha acontecido algo tremendamente fora do comum: até que foi simples. Mas foi um dia redondinho. Convenhamos: não é sempre que a gente tem um dia assim. Portanto eu queria deixar isso registrado. Só isso mesmo. Simples. Desejo a vocês, também, dias simples e bons!

quarta-feira, 22 de julho de 2009

À NOITE, TUDO PESA




À noite, tudo pesa:
A reza das meninas
A sina dos sozinhos
O vinho e os vícios
O início dos temores
Os amores de brinquedo
O medo dos mortos

À noite, tudo pesa:
O relógio é mais lento
O vento é mais frio
O vazio que cresce
A prece não ouvida
A ferida quase curada
E cada verso que demora

quinta-feira, 9 de julho de 2009

INSÔNIA



Insônia – do latim...ah, sei lá...que significa “falta de sono”. Sono. Quanto mais você precisa dele, você até tem, mas não pode desfruta-lo. E quando você pode, ele te abandona. É, vou ter de ser sincero com a professora de italiano – a sinceridade, às vezes é tão dispendiosa...! Eu até queria chegar na sala de aula às 7:00 – na verdade, 7:30 – mas nem a insônia nem as muriçocas vão deixar. Eu vou dizer isso em italiano, pra impressionar a professora e tentar aliviar a minha barra, já que faltei à última aula: "Professoressa, io avuto una insonnia (ou seria l’insonnia?) la notte scorsa!” Será que é assim? Acho que é – pelo menos, acho que dá pra entender.

Mas...insônia...por que diabos? Não sou dado a esse tipo de coisa. Talvez as causas sejam as coisas em que estou pensando enquanto tento pegar no sono. Ou seriam elas as consequências da falta de sono? Ah, sem discussão bizantina, por favor! Assim o sono não chega mesmo! Olha, me deixa tentar dormir. Amanhã eu continuo – talvez.

Bem, estou de volta (alguns dias depois de ter começado a escrever isso). Estava falando de que, mesmo? Ah, sim:das coisa em que eu estava pensando durante a insônia. Não era nenhum fato novo, e sim, coisas que me vêm à cabeça todos os dias. Mas vocês já repararam que as coisas que a gente sente e pensa ganham mais intensidade durante a madrugada? É sério! Se a gente acorda de madrugada e pensa em alguma coisa boa, ela se torna mais excitante; se for algo triste, torna-se quase insuportável e a gente acha que vai entrar em depressão, Dá pra compor vários "blues". Isso acontece também de manhã, logo que a gente acorda. Aquele ranço de tristeza...

Mas a falta de sono pode ser uma coisa muito produtiva em todos os sentidos – todos. Isto é, se você souber aproveitar. Nas noites de insônia, você pode escrever poemas, canções, inventar melodias, criar estórias e por aí vai. Até eu deixei um pouco de lado a preguiça de escrever! O resultado é isso aí que vocês estão lendo...tá, me desculpem se estiver meia-boca...

Então, só pra terminar, um conselho (ai, lá vou eu): se vocês são artistas, escritores ou algo assim, aproveitem a insônia e produzam. Agora, se vocês são pobres mortais, como eu, mandem as preocupações pro inferno num avião de plástico, ou procurem um calmante eficiente. Boa noite!

terça-feira, 7 de julho de 2009

VERSOS SOBRE UMA NOITE DE CHUVA (tirados de uma conversa de msn)



Foram em cima da lua!!
Com sua leveza violentando a noite
Um frio só!
Fechou tudo



Por Isabela Casé

quinta-feira, 25 de junho de 2009

DO ÓCIO


Será que as pessoas costumam parar para pensar nos benefícios que o ócio sempre trouxe e traz à humanidade? Isso é muito sério! Quer ver? Pense, por exemplo, em Isaac Newton: é necessário que o camarada esteja sem absolutamente NADA para fazer para que pense em por que as coisas caem. Veja se você, trabalhador assalariado, que mal tem uma folga por semana – que nem sempre cai no domingo – para ficar com a família, jogar seu futebol ou dormir o dia inteiro, ficaria pensando em porque as coisas caem. Pois é. O que seria da Física se não fosse o ócio – também conhecido como vadiagem ou, como costumamos dizer na Bahia, “boresta” – ?

O mesmo se aplica à Filosofia: Sócrates, Platão, Nietzsche e companhia eram, na verdade, grandessíssimos desocupados. Não vá pensar que estou usando essa palavra num sentido pejorativo. O fato de terem sido desocupados não os torna menos dignos nem menos brilhantes do que sabemos que eles foram. Só estou querendo dizer que é necessário que seja dedicada uma boa parte do tempo da vida de uma pessoa para que se pense em questões como “quem somos”, “de onde viemos”, “para onde vamos”, “por que praguejamos tanto contra o capitalismo mas não dividimos nem a comida”, “por que as mulheres dizem que querem um homem sensível e fiel mas, no fundo, se derretem por um cafajeste” – se bem que essa última tem mais a ver com a Psicologia. Pessoas que foram designadas pelo destino para pensar sobre essas questões precisam e merecem ter (muito) tempo livre.

A Literatura também deve muito ao ócio. Um amigo, uma vez, me disse que a arte de escrever é a arte de observar as coisas e as pessoas. Convenhamos que o exercício da observação – se ela for minuciosa – demanda um bocado de tempo. Muitos escritores são capazes de passar horas imersos na observação de uma paisagem qualquer, num simples vai-e-vem de pessoas na rua, ou numa fofoca de vizinhos. Fora essa coisa da técnica na Poesia. Metrificação, tipos de rima etc. Isso dá trabalho! Isso tudo se estende aos artistas em geral.

Essa coisa toda tem a ver também com aquele ditado que diz que “mente vazia é a oficina do Diabo” (eu e meus clichês). Vamos tentar enxergar o lado bom da tal oficina: quanto menos coisas você tiver para se preocupar, mais você poderá se dedicar a atividades às quais a maioria das pessoas não dariam a mínima e que são de extrema importância para o equilíbrio universal. Pense aí: sua mente pode ser até mais do que uma reles oficina de um demoniozinho com tridente de latão; ela pode se tornar uma verdadeira linha de montagem movida por uma legião de capetinhas serelepes liderados pelo grande diabão que é a sua total falta do que fazer. Uma Revolução Industrial dentro da sua cabeça! Ah, tá gostando, né? Ter idéias geniais e não fazer nenhum trabalho braçal, hein! Então, façamos um brinde ao ócio!! Viva a nobre arte de nada-fazer!! É, mas vamos com calma! Já que nem eu nem você somos gênios, vamos tratar de trabalhar, que a gente ganha mais, né?

segunda-feira, 22 de junho de 2009

DE REBUS MATRIBUS

Pelo desejo de um par ele foi concebido

Embora poucos o quisessem, ele nasceu

Quiseram levá-lo; ela não deixou

Alguém que deveria ficar partiu

Mas ela não o abandonou

Lutou

Enfrentou o mundo

Desafiou a fome

Protegeu-o dos ecos das vozes que teimavam em praguejar

Contra aquilo que seria vergonha para muitos

Mas orgulho para outros

Principalmente para ele, nos anos que se seguiriam

E, coberto pelo manto de Ceres, ele cresceu

O ambiente era turbulento

Ele via o ódio sair de onde deveria sair o amor

E o amor, de onde esperava-se mágoa

Sofria vendo-a sofrer e quase desistir da vida

Não entendia porque as coisas eram assim

Não se conformava com aquilo

Parecia utopia querer que aquilo tudo acabasse

Mesmo assim ele suplicava

E assim descobriu a fé, que vinha não se sabe de onde

E que o ajudava a lembrar de que ainda era uma criança

E que talvez, quando ele crescesse, aquilo acabaria

E contra todas as probabilidades, ele se desenvolveu

Mente sã, corpo são, a despeito de algumas marcas

Descobriu que podia cicatrizar

Ela se descobriu muito forte por ter sobrevivido

Por conseguir sorrir e mostrar a ele as flores no meio das pedras

Ela, que, muitas vezes, preferia ferir-se nos espinhos

Ao invés de despetalar a rosa

Ergue-o e é erguida por ele

Ceres sorri novamente e zela pelos dois.



domingo, 21 de junho de 2009

MAIO


Era quase inverno
Quase noite
Quase um sonho
Eram quase amigos
Era quase segredo
Quase descoberta
Ele, quase trinta
Ela, mais de vinte
Ele, quase menino
Ela, mais que mulher
Nasce um quase-romance
Dura quase nada
Ela, inteira
Ele, metade
E algo que quase mata

sábado, 20 de junho de 2009

ESSA ETERNA FALTA DO QUE FALAR...


“Na falta do que dizer, calou-se...” Vi essa frase escrita em algum lugar e logo me identifiquei! Há-há! Minha redenção!! Já consegui uma desculpa para ser um cara que faz Letras mas não escreve: é nobre manter-se calado por não ter o que dizer!!! Bem filosófico! Pronto!!!!

Mas...pôxa...eu deveria ter o que dizer, não é? Quero dizer...eu até tenho o que dizer – todo mundo tem -, só não sei como dizer. Pelo menos, não de uma maneira assim...literária. Ah, que falta faz a telepatia...É sério! Seria um jeito bem prático de dizer as coisas. Não vá pensar que eu não gosto de literatura, eu gosto, sim. O problema é que eu não tenho talento pra escrever. Só que os meus amigos que fazem Letras quase todos escrevem com uma certa freqüência, têm blogs, coisa-e-tal...Pô, quando eu leio as coisas que eles escrevem me dá uma vontade de escrever também..! Mas além da falta de talento, rola uma preguiça também, sabe como é? Sabe, sim, você também deve ter preguiça pra um monte de coisa. Só que eu faço Letras e tenho a sensação de que o meu Eu-lírico tem dois anos de idade! Pode?!...

Aí, ó! Pronto! Empaquei! Faltaram as idéias!! É sempre assim...Além do mais, sempre há algo mais importante ou urgente pra fazer. Provavelmente só terminarei de escrever isso dias depois de ter começado (se é que vou terminar). Mas, pra você, não faz diferença, não é? A não ser que você seja mais um daqueles que dizem: “Hã??? Como assim? Faz Letras e não escreve nada? Nem pra terminar um texto idiota você presta?”.

Eu poderia contratar um escriba leitor de pensamentos que leria a minha mente e transformaria em texto toda a minha inspiração – e eu assinaria os textos, é claro. Mas que inspiração, pelo amor de Deus?!!! Quando se trata de escrever, toda a minha inspiração se resume a colocar sinais de exclamação em fim de frase.Nisso eu acho que sou bom!!! Quer dizer...bom, não sei, mas uso e abuso das exclamações!!! Aí, ó!! Tá vendo? Huuuummm...boa idéia!! Poderia escrever um texto só com exclamações!! Não, ficaria muito pobre, não acha? Colocaria também uns pontos de interrogação. Quem sabe um poema só com sinais de pontuação?! Ih, viajei agora, né?

Olha, a página tá quase no fim. Tô tão orgulhoso de mim mesmo...! O espaçamento entre as linhas é de 1,5 cm, como mandam as regras acadêmicas. Tá aí outro problema: escrever com o computador. Ou melhor, lidar com o computador, de uma maneira geral. Eu não sei nem mexer direito no tal do Word!!!

Vejam bem, durante o processo de produção desse texto, falei sobre ele com uma amiga minha, e também sobre a dificuldade para termina-lo. Ela me deu o seguinte conselho: “Deixa sem final!!!”. Brilhante!!! M-A-R-A-V-I-L-H-A!!! Pronto! Será a representação perfeita dessa falta de idéias! E, de quebra, não preciso me preocupar em dar uma conclusão decente para esse texto. Então, está decidido: vou terminar assim mesmo, sem “final”, certo? E se você acha que isso é uma vergonha, coisa-e-tal, escreva algo bem estruturado, com introdução, desenvolvimento e conclusão – vai me poupar um trabalhão. Sem mais, eu vou ficando por aqui. Prometo que vou tentar melhorar. Mentira, não prometo nada. Tchau!!!